quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

As mídias na educação



Estamos deslumbrados com o computador e a Internet na escola e vamos deixando de lado a televisão e o vídeo, como se já estivessem ultrapassados, não fossem mais tão importantes ou como se já dominássemos suas linguagens e sua utilização na educação.
A televisão, o cinema e o vídeo, CD ou DVD - os meios de comunicação audiovisuais - desempenham, indiretamente, um papel educacional relevante. Passam-nos continuamente informações, interpretadas; mostram-nos modelos de comportamento, ensinam-nos linguagens coloquiais e multimídia e privilegiam alguns valores em detrimento de outros.
 A informação e a forma de ver o mundo predominantes no Brasil provêm fundamentalmente da televisão. Ela alimenta e atualiza o universo sensorial, afetivo e ético que crianças e jovens – e grande parte dos adultos - levam a para sala de aula. Como a TV o faz de forma mais despretensiosa e sedutora, é muito mais difícil para o educador contrapor uma visão mais crítica, um universo mais  mais abstrato, complexo e na contra-mão da maioria como a escola se propõe a fazer.
A TV fala da vida, do presente, dos problemas afetivos - a fala da escola é muito distante e intelectualizada - e fala de forma impactante e sedutora - a escola, em geral, é mais cansativa, concorda?. O que tentamos contrapor na sala de aula, de forma desorganizada e monótona, aos modelos consumistas vigentes, a televisão, o cinema, as revistas de variedades e muitas páginas da Internet o desfazem nas horas seguintes. Nós mesmos como educadores e telespectadores sentimos na pele a esquizofrenia das visões contraditórias de mundo e das narrativas (formas de contar) tão diferentes dos meios de comunicação e da escola.
Percebeu que na procura desesperada pela audiência imediata e fiel, os meios de comunicação desenvolvem estratégias e fórmulas de sedução mais e mais aperfeiçoadas: o ritmo alucinante das transmissões ao vivo, a linguagem concreta, plástica, visível?. Mexem com o emocional, com as nossas fantasias, desejos, instintos. Passam com incrível facilidade do real para o imaginário, aproximando-os em fórmulas integradoras, como nas telenovelas.
Em síntese, os Meios são interlocutores constantes e reconhecidos, porque competentes, da maioria da população, especialmente da infantil. Esse reconhecimento significa que os processos educacionais convencionais e formais como a escola não podem voltar as costas para os meios, para esta iconosfera tão atraente e, em conseqüência, tão eficiente. A maior parte do referencial do mundo de crianças e jovens provém da televisão. Ela fala da vida, do presente, dos problemas afetivos - a escola é muito distante e abstrata - e fala de forma viva e sedutora - a escola, em geral, é mais cansativa.
As crianças e jovens se acostumaram a se expressar de forma polivalente, utilizando a dramatização, o jogo, a paráfrase, o concreto, a imagem em movimento. A imagem mexe com o imediato, com o palpável. A escola desvaloriza a imagem e essas linguagens como negativas para o conhecimento. Ignora a televisão, o vídeo; exige somente o desenvolvimento da escrita e do raciocínio lógico. É fundamental que a criança aprenda a equilibrar o concreto e o abstrato, a passar da espacialidade e contigüidade visual para o raciocínio seqüencial da lógica falada e escrita. Não se trata de opor os meios de comunicação às técnicas convencionais de educação, mas de integrá-los, de aproximá-los para que a educação seja um processo completo, rico, estimulante. A escola precisa observar o que está acontecendo nos meios de comunicação e mostrá-lo na sala de aula, discutindo-o com os alunos, ajudando-os a que percebam os aspectos positivos e negativos das abordagens sobre cada assunto.
Precisamos, em conseqüência, estabelecer pontes efetivas entre educadores e meios de comunicação. Educar os educadores para que, junto com os seus alunos, compreendam melhor o fascinante processo de troca, de informação-ocultamento-sedução, os códigos polivalentes e suas mensagens. Educar para compreender melhor seu significado dentro da nossa sociedade, para ajudar na sua democratização, onde cada pessoa possa exercer integralmente a sua cidadania.




quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

A televisão como Vitrine


A televisão já nasceu comercial. Inicialmente, as primeiras transmissões tratavam de vender aparelhos de TV. Depois, a publicidade de toda sorte de produtos tomou conta da programação que servia como pretexto para os próprios comerciais. Sempre foi a publicidade o sustentáculo da televisão comercial. Muito orientado ao consumo, o conteúdo da programação televisiva trata geralmente de veicular visões estereotipadas da realidade, numa linguagem acessível. Geralmente pouco se pondera sobre os efeitos psicológicos da publicidade ostensiva presente na programação da televisão e também sobre as implicações cognitivas e afetivas da superestimulação sensorial provocada pelas imagens. Assiste-se a ela indiscriminadamente, mais acreditando-se nas mensagens veiculadas do que duvidando delas.

Quem assiste à televisão, dada a rapidez da troca das imagens, pouco percebe o trabalho de edição que há por trás da produção das mensagens veiculadas. Há, aqui, o processo de re-criação da realidade, segundo a lógica das respectivas interpretações. Entretanto, as imagens passam por fatos objetivos, aos quais não caberia contestar. A simulação, portanto, toma ares de verdade absoluta.


A TV é comumente identificada como reforçadora do status quo, que, por sua vez, veicula a ideologia da classe dominante. O receptor é considerado passivo, impotente diante da força desta imposição ideológica. A TV, vista como o próprio espaço da cultura de massa, obedece à racionalidade técnica. E essa cultura de massa não se liga a um único estrato da estrutura social. Ela é fruto da sociedade industrial. Impregnado-a como um todo.


Há necessidade portanto, de promover debates e reflexões sobre a importância dos meios de comunicação na vida do cidadão. Isto porque a televisão deve ser considerada como espaço democrático, a serviço de uma pauta cidadã.

Fonte: E-Proinfo

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Televisão e Educação

Tema debatido na série Debate: Televisão e Educação, apresentado no programa Salto para o Futuro/TV Escola, de 23 a 17 de maio de 2003.

Rosa Maria Bueno Fischer


Que importância tem a TV em nosso cotidiano? Por que ela se torna objeto de preocupação de políticos, de empresários, de pensadores, artistas e especialmente, de pais e educadores?

Que poder teriam as imagens que diariamente nos chegam, as quais buscamos com tanto interesse e às vezes até paixão?

O fato é que a TV se transformou num eletrodoméstico do qual já não abrimos mão: ela é um objeto técnico, eletrônico, que habita a intimidade das residências, das salas de estar e jantar, das cozinhas e dos quartos de dormir, bem como refeitórios de escolas, salões de festa, bares e restaurantes, com suas imagens eletrônicas que se tornam para nós quase uma necessidade básica. Mas a TV é sobretudo um meio de comunicação, isto é, participa de um complexo aparato cultural e econômico de produção e veiculação de imagens e sons, informação, publicidade e divertimento. Num caso como no outro, o certo é que a televisão é parte integrante e fundamental de complexos processos de veiculação e de produção de significações, de sentidos, os quais por sua vez estão relacionados a modos de ser, a modos de pensar, a modos de conhecer o mundo, de se relacionar com a vida.

A TV – poderíamos dizer – opera como uma espécie de processador daquilo que ocorre no tecido social, de tal forma que “tudo” deve passar por ela, “tudo” deve ser narrado, mostrado, significado por ela. “O que é invisível para as objetivas da TV não faz parte do espaço público brasileiro” – escreve Eugênio Bucci em seu livro Brasil em tempo de TV. Para o autor, o modelo de televisão que temos no Brasil permite que se produza através dos programas veiculados e do próprio hábito cotidiano de assistir a TV uma espécie de unificação do país no plano do imaginário. Assim, se a sociedade é outra porque existe a TV, falar da televisão brasileira é falar do Brasil, e discuti-la significa debater parte significativa de nossa realidade (Cf. Bucci, 1997, p. 11-38).

Ao mesmo tempo em que há essa função maior, ampla, da TV no mundo social, é preciso compreender também que, sem sombra de dúvidas, a TV se torna, cada vez mais, um lugar privilegiado de aprendizagens diversas; aprendemos com ela desde formas de olhar e tratar nosso próprio corpo, até modos de estabelecer e de compreender diferenças: diferenças de gênero (isto é, na TV aprendemos todos os dias como “são” ou “devem ser” homens e mulheres), diferenças políticas, econômicas, étnicas, sociais, geracionais (aprendemos modos de agir, modos de ser de crianças, de negros, de pobres ou ricos, e assim por diante).

As profundas alterações naquilo que hoje compreendemos como “público” ou “privado”, igualmente, têm um tipo de visibilidade especial no espaço da televisão e da mídia de um modo geral. Refiro-me aqui a modos de ser e estar no mundo, narrados através de sons e imagens, que acabam por ter uma participação significativa na vida das pessoas. São modos de vida que de alguma forma pautam, orientam, interpelam o cotidiano de milhões de cidadãos brasileiros – ou seja, participam da produção de sua identidade individual e cultural e operam sobre a constituição de sua subjetividade.

A crescente valorização da vida privada seria um exemplo disso. Ela corresponde não só ao elogio do individualismo, como expõe a grande separação e até mesmo oposição entre a esfera privada, de um lado, e as esferas social e política, de outro. Considerando a ação dos meios de comunicação, nesse sentido, poderíamos apontar para uma série de problemas novos, produzidos justamente pela excessiva exposição do privado: parece que, para sermos “realidade”, precisamos ser vistos e ouvidos no espaço público da mídia (especialmente na TV). Que é feito de nossos sentimentos, num tempo em que eles “precisam” tão avidamente ser plenamente falados e expostos? Que encanto extraordinário tem a esfera pública midiática, a ponto de por ela nos desfazermos de nossa intimidade? Para a filósofa Hanna Arendt, essa ampliação da esfera privada não a transforma em pública; pelo contrário, significa que a esfera pública perdeu espaço e também que estar na companhia uns dos outros parece ter perdido força: ficamos cada vez mais “privados” de ver e ouvir profundamente os outros, já que estamos tão voltados para nós mesmos. E isso é aprendido todos os dias nas telas da TV.

Assim, para a educação, torna-se fundamental discutir e pensar sobre o quanto nós, professores, talvez saibamos muito pouco a respeito das profundas transformações que têm ocorrido nos modos de aprender das gerações mais jovens. Afinal, o que é para eles estar informado ou buscar informação? De que modo seu gosto estético está sendo formado? O que seus olhos buscam ver na TV, o que olham e o que dizem do que olham? Que sonoridades lhes são familiares, aprendidas nos espaços da mídia? O que lhes dá prazer nessas imagens midiáticas? Com que figuras ou situações alunos e alunas se identificam mais acentuadamente? Que modos de representar visualmente os objetos, os sentimentos, as relações entre as pessoas são cotidianamente aprendidos a partir da linguagem da televisão? De que modo vamos aprendendo a desejar este ou aquele objeto, através das imagens e sons da TV? Que novos modos de narrar, de contar histórias, aprendemos através da experiência diária com a TV?

Essas perguntas, como se vê, procuram não separar “forma” de “conteúdo”. Elas apontam para o fato de que a própria linguagem da TV, todos os recursos utilizados para a elaboração de um programa ou mesmo um comercial, e ainda, todas as estratégias de veiculação desses produtos, os modos como eles são dirigidos a este ou àquele público, também comunicam algo, participam da defesa de um ponto de vista, de uma idéia, e assim por diante.

Ao investigar as características da imagem eletrônica aprendemos que ao ver TV completamos as figuras da tela, pois se trata de uma imagem feita de milhares de pontos de luz; aprendemos que a TV é feita para espectadores dispersos, que a toda hora são chamados a prestar atenção em algo; aprendemos também que a pequena tela exige primeiros planos, detalhes, mas ao mesmo tempo é necessário que os cenários não contenham elementos em profusão, que sejam “limpos”, despojados, distintos da chamada “realidade”.

Esses são apenas alguns elementos da linguagem televisiva, das condições concretas de produção e veiculação das imagens eletrônicas, que podem tornar-se básicos para um trabalho educacional, com estudantes de todos os níveis. As imagens da TV, suas diferentes estratégias de linguagem (o som, a edição, o texto falado, o texto escrito, os cortes, a escolha dos cenários e dos atores e apresentadores) – tudo isso precisa ser pensado simultaneamente dos pontos de vista técnico e comunicacional, social, cultural, educativo. Ao estudar a TV e sua linguagem, a TV e suas estratégias de veiculação, podemos questionar as opções assumidas: Será que um programa infantil sempre deve ser apresentado por uma “fada loura”? Será que sempre precisamos “ensinar” coisas aos espectadores infantis? Por que nos programas de entrevista parece quase obrigatório que o convidado praticamente faça confissões, exponha sua intimidade sexual e amorosa? Por que as imagens da TV, como escreve Beatriz Sarlo (1997), são apresentadas em tanta quantidade, são tão excessivas e rápidas, e ao mesmo tempo informam tão pouco? Isso é “próprio” da TV?

Ou seja, quando nos propomos a estudar a TV, começamos a discutir sobre escolhas feitas na elaboração de um produto que nos chega, na intimidade de nossas casas, no cotidiano de nossas vidas. E essas escolhas inevitavelmente envolvem valores, posições políticas, éticas, estéticas. Envolvem também compreender, como escreve Milton Almeida, que “a transmissão eletrônica de informações em imagem-som propõe uma maneira diferente de inteligibilidade, sabedoria e conhecimento, como se devêssemos acordar algo adormecido em nosso cérebro para entendermos o mundo atual, não só pelo conhecimento fonético-silábico das nossas línguas, mas pelas imagens-sons também” (Almeida, 1994, p. 16).


Fonte: Salto para o Futuro

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Estudos culturais: relações entre infância, escola e mídia

O artigo a seguir, resultado de parte de uma pesquisa de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Santa Maria, "tem por objetivos compreender as relações estabelecidas entre a televisão e as diferentes culturas infantis, assim como as formas com que docentes e escolas vêm buscando integrar essa discussão em seus espaços pedagógicos de formação e ensino.
A pesquisa conta com um referencial teórico-metodológico-político baseado nos Estudos Culturais, que busca, a partir da década de 60, compreender de outras formas as culturas e as relações de poder estabelecidas na sociedade contemporânea.
E, como um dos elementos de maior difusão dessa cultura midiática temos a televisão, que predomina nos cenários infantis através de programas destinados a sua faixa etária, mas que também povoa seus imaginários constituindo suas noções de consumo, sexualidade, violência, entretenimento, etc., através dos programas destinados ao público adulto. Investigamos assim as novas representações de infância na sociedade atual, permeadas por aparatos tecnológicos, e, principalmente, de que maneiras as escolas estão incorporando em seus currículos e ações pedagógicas o trabalho voltado à mídia-educação, que busca uma leitura crítica das mensagens e imagens veiculadas tanto na televisão quanto nos jogos eletrônicos, nos sites de relacionamento da internet, nos filmes, nas novas formas de escrita contemporânea."

Confira na íntegra o trabalho de Milene dos Santos FigueiredoElisete Medianeira Tomazetti acessando a página da UFSM.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Por que e como investir na primeira infância?

Esta cartilha tem o objetivo de informar e convidar à reflexão sobre a primeira infância, isto é, o período que vai desde a concepção até o sexto ano de vida, em razão da imperiosa necessidade de um olhar e uma atitude mais cuidadosos em direção a esse segmento. Propõe-se a apresentar as conclusões de especialistas que reforçam a importância dos primeiros anos de vida, período essencial para a promoção do desenvolvimento humano, social e econômico, de forma a assegurar a sustentabilidade em direção a uma cultura de paz.

Pesquisas científicas demonstram que a criança empobrecida, com carências afetiva, econômica e social pode não desenvolver plenamente seu cérebro por causa de ambiente estressante associado à baixa renda. A falta de alimentação adequada, a ausência de interação socioeducativa saudável, de afetividade, de acolhimento familiar e social, de segurança em relação a sua integridade física e afetiva, a falta de estímulos cognitivos, com menos livros, menos leitura, menos jogos e menos oportunidade de participar de eventos culturais, configuram essa realidade.

Clique aqui para baixar a cartilha Compromisso com o Futuro, investir na criança (cepam.pdf 894 kB)

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Publicidade na escola

No dia 10 de abril teve destaque a notícia de que o Chile está permitindo a impressão de publicidades no material escolar de suas escolas privadas. Propagandas de diferentes produtos ganham as páginas dos livros didáticos, promovendo inclusive atividades como analisar as vantagens de uma bebida ou cantar músicas sobre os benefícios do celular Claro.

Embora a educação para o consumo seja essencial para criar adultos críticos a esse conteúdo, isso não é o que acontece na ação promovida no Chile. Ao invés de utilizar publicidades fictícias, o material divulga produtos reais a um público com menos de 12 anos, que não têm consciência crítica para se defender do apelo mercadológico e que não entende a função final da propaganda. A matéria do Estadão ainda ressalta que “ao contrário do que ocorre nos canais de televisão, os estudantes não podem virar a página ou mudar de canal para fugir das peças quando estão em sala de aula”.

Por mais surpreendente que seja a ação chilena, este não é o primeiro caso de publicidade invadindo escolas. Em 2008, o Criança e Consumo encaminhou uma notificação a um colégio de São Paulo e à empresa Johnson & Johnson, por uma ação do produto Clean&Clear realizada na porta da escola, com interpretação de uma modelo e distribuição de amostras grátis. Palestras de nutrição da Sustagem, gincana com Gatorade e Coca-Cola e teatro da OFF Kids são mais algumas das práticas que vêm acontecendo nas escolas, sempre com distribuição de amostras do produto. No Espirito Santo, por exemplo, uma escola chegou a pedir em uma prova que as crianças desenhassem o produto da L’acqua di Fiori que queriam presentear para a mãe – coincidentemente, as vésperas do Dia das Mães.

As iniciativas mostram a invasão dos interesses mercadológicos no espaço educacional, onde a criança está aberta para aprender e assimilar o que é ensinado. Quando o anúncio de produtos invade a escola, é como se o próprio ambiente escolar estivesse ensinando que aqueles produtos devem ser consumidos. Quando até a educação fica em segundo lugar frente aos interesses comerciais de grandes empresas, é o momento de paramos para pensar que tipo de sociedade estamos criando e que valores estão sendo transmitidos às crianças.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Brincar para todos

A inclusão social e educacional é um processo que se concretiza, no Brasil, por meio de uma política de educação inclusiva cujos pressupostos filosóficos compreendem a construção de uma escola aberta para todos(as), que respeita e valoriza a diversidade. Assumir a diversidade pressupõe o reconhecimento do direito à diferença como enriquecimento educativo e social. Este processo vem provocando mudanças de paradigma, impulsionando as pessoas a conviverem com uma concepção de aprendizagem , sem restrições de qualquer ordem.

Nesta perspectiva, o Ministério da Educação, por meio da Secretaria de Educação Especial (SEESP) assumiu a política de inclusão e tem buscado, através de suas ações, apoiar a transformação do sistema educacional em sistema educacional inclusivo.

Brincar para todos é um material destinado a educadores(as) e pais com orientações para a utilização de brinquedos e atividades lúdicas, alertando para a importância de cada brinquedo na promoção do desenvolvimento infantil. O livro constitui uma possibilidade de eliminar as barreiras que impedem o acesso ao conhecimento, uma vez que para as pessoas com necessidades educacionais especiais a falta de acessibilidade se traduz em fonte de discriminação e perda de oportunidades.

Assim, com a difusão deste material, o Governo Federal colabora com os estados e municípios na implementação da política de inclusão escolar e social de todos(as) os alunos(as).

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Mídia, Consumo e Infância


A mídia televisiva vem ocupando um lugar de destaque na sociedade ocidental a partir da segunda metade do século XX e no Brasil, desde a década de 1960. A televisão brasileira se tornou uma das instituições de grande relevância na sociedade, assim como a escola, a religião, a família, exercendo grande influência sobre os espectadores. O objetivo deste trabalho é analisar quais são as representações sociais das professoras de ensino fundamental de uma escola de Curitiba sobre as implicações da mídia televisiva na construção da cultura do consumo da infância e qual é o papel da escola diante da influência da TV sobre o consumo infantil. A pesquisa foi desenvolvida com base na metodologia das representações sociais, que procura explicar os fenômenos sociais construídos coletivamente e como estes processos são incorporados e representados pelos indivíduos na sociedade. Foi priorizada no trabalho a abordagem qualitativa e utilizou-se entrevistas semi-estruturadas com cinco professoras e uma pedagoga de uma escola pública municipal de ensino fundamental de Curitiba com o objetivo de verificar se a televisão é utilizada como recurso pedagógico e se há algum trabalho em relação a sua programação e a incitação ao consumo infantil. Para o desenvolvimento desta pesquisa considerou-se indispensável à contextualização histórica do desenvolvimento dos meios de comunicação, seu impacto social e seu papel no desenvolvimento do consumo na sociedade contemporânea. A partir das entrevistas com as professoras, observou-se que a mídia televisiva é o meio de comunicação mais utilizado, tanto como entretenimento, como fonte de informação e que exerce influência na construção da cultura do consumo infantil, porém o seu conteúdo ainda não é discutido adequadamente na escola para o desenvolvimento de uma reflexão crítica dos alunos e alunas diante de sua programação.É importante enfatizar que o consumo existe em qualquer sociedade, mas o mesmo pode ser diferenciado entre necessário e supérfluo. Para se compreender uma sociedade de consumo é necessário compreender alguns pontos: as origens da sociedade de consumo; a identificação entre a sociedade de consumo e período de produção de massa; o papel do marketing na sociedade do consumo.

A Revolução Industrial (século XVIII) foi um marco para a sociedade onde as novas invenções tecnológicas criaram condições para o consumo. No século XIX pode-se dizer que foi estabelecida uma sociedade de consumo. Com essa transformação histórica do consumo o capitalismo se expandiu e novos produtos passaram a ocupar espaços nas famílias, estabelecendo o valor de troca e a expansão permanente do capitalismo. Considerando que neste sistema econômico produtos têm a finalidade de acúmulo de lucros houve a substituição do valor de uso para o valor de troca.
A partir da década de 1920 a publicidade se amplia nos meios de comunicação de massa e se associa a incitação e ao consumo de mercadorias onde produtos industrializados mecanizam a vida e tornam o cotidiano mais fácil. Com o avanço do capitalismo surgiram novas técnicas que ampliaram seu processo de racionalização, o taylorismo e o fordismo.
Após as duas Guerras Mundiais o papel da publicidade e das mídias de massa passou a ser de lazer com o objetivo de persuadir novos consumidores. Com o consumo relacionado ao comercial surge o marketing que não objetivava apenas a produção de bens, mas a venda dos mesmos a qualquer custo.
O indivíduo não consome apenas pelo simples ato, mas pelo significado de cada produto e o benefício que o mesmo trás (status) sendo os meios de comunicação de massa o maior reprodutor e manipulador do consumo. A partir do século XX os meios de comunicação de massa tiveram grande influência nos novos estilos de vida, hábitos, valores dando origem a sociedade de consumo atual.
No Brasil, o crescimento do consumo se deu aproximadamente na década de 1940 também com a industrialização, com isso houve o desenvolvimento dos meios de comunicação e sua influência. Em 1950 faltava infra-estrutura para a consolidação dos meios de comunicação de massa, começando a se estabelecer a partir do desenvolvimento da televisão que no fim da década tornou-se o maior veiculo de publicidade consolidando a sociedade brasileira em uma sociedade de massa.
Há uma contradição da televisão que, embora tenha um potencial democrático está amparada pela lógica capitalista. Os recordes de vendas de aparelhos televisivos marcam a sua disseminação no Brasil, onde há uma inclusão e exclusão social, pois ao mesmo tempo em que apresenta infinitas informações também incita o consumo valorizando as classes dominantes. Através do estudo de alguns autores pode-se afirmar que a televisão está inserida em 100% dos lares e em 80% deles é a principal fonte de informação e entretenimento, mostrando que a comunicação brasileira é feita através da mesma.
A partir destes dados, pode-se perceber como é importante a análise crítica sobre os meios de comunicação de massa, principalmente a televisão, para o desenvolvimento de ações para ampliar seu papel social e democrático na sociedade, pois ensinam sobre o mundo, informam e formam opiniões, veiculam uma visão da realidade, podendo, portanto, ser um importante e indispensável instrumento pedagógico, que deve ser utilizado a partir de uma perspectiva reflexiva no espaço escolar.
A televisão exerce impactos no desenvolvimento da criança, pois tem papel na socialização dos sujeitos, além de reprodutora social e dos mecanismos de controle. A escola é um espaço de socialização, mas ainda não se adaptou as mudanças tecnológicas como a televisão, que faz parte da realidade das crianças. Com a mídia, houve algumas perdas de importância de instituições como família, escola e religião. Mas isso deve ser trabalhado no interior do espaço escolar, onde não se deve excluir a programação televisiva, mas transformar os currículos a incluindo.
Atualmente as crianças tem uma visão de mundo mais ampla do que a cinqüenta anos atrás, quando a mídia estava em desenvolvimento. Estão expostas a informações a todo o tempo, além do consumo.
Frente ao exposto espera-se que pais, pedagogos e professores entendam a importância da reflexão crítica sobre as programações televisivas, formando indivíduos críticos a realidade da sociedade em que estão inseridos.

Indicações bibliográficas:
BARBOSA, Lívia. Sociedade de Consumo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004.
FERRÉS, Joan. Televisão e Educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Resenha do livro: O desaparecimento da infância

Este livro mostra de onde veio a idéia de infância, por que floresceu durante 350 anos e por que está desaparecendo hoje. O livro é dividido em duas partes, sendo a primeira sobre o aparecimento da infância, como uma construção social surgida a partir das condições de comunicação que a tornaram inevitável. A segunda parte situa-se nos tempos atuais e mostra como a passagem do mundo de Guttenberg para o de Samuel Morse transformou a infância em uma estrutura social inevitável. O autor mostra como os meios de comunicação afetam os processos de socialização a partir da idéia de que a prensa tipográfica criou a infância e de que a mídia eletrônica a fez desaparecer.

O desaparecimento da infância
Autor: Neil Postman
Editora: Graphia, Rio de Janeiro, 1999.
ISBN: 8585277300
Número de chamada da biblioteca virtual da PUC-RIO: 305.23 P858 CD

Clique aqui para baixar a Resenha do livro O desaparecimento da infância

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Relatório Infância na Mídia

O Relatório Infância na Mídia apresenta os resultados de uma análise detalhada do comportamento editorial dos principais veículos da mídia impressa brasileira, quando o foco da pauta está nos direitos da infância e da adolescência. Realizado desde 1996, o estudo tem como matéria-prima a produção de cerca de 60 jornais de todo o País e de dez revistas de circulação nacional. Os dados gerados a partir de metodologia exclusiva desenvolvida pela ANDI contam com reflexões de especialistas em diversas áreas relacionadas ao universo infanto-juvenil e de jornalistas comprometidos com a cobertura da agenda social brasileira.

RELATÓRIO INFÂNCIA NA MÍDIA 2003/2004

Citação: AGÊNCIA DE NOTÍCIAS DOS DIREITOS DA INFÂNCIA – Infância na mídia: a criança e o adolescente no olhar da imprensa brasileira. Brasília: ANDI, 2005.

Resumo:
Nesta edição do relatório Infância na Mídia, a ANDI passa também a utilizar em suas análises sobre o comportamento editorial da mídia impressa um recorte avaliativo denominado Políticas Públicas Governamentais. São consideradas aqui aquelas ações elaboradas e executadas pelo Estado, em um contexto estratégico de governança, apresentando metas de execução e de impacto social definidas. São políticas que têm como finalidade obter, de forma direta ou indireta, a inclusão social das crianças e adolescentes brasileiros.
O monitoramento realizado anualmente pela ANDI com 50 diários demonstra um crescimento de 19,47% no número de matérias veiculadas, passando de 88.605, em 2002, para 105.853, em 2003. Comparando-se ainda esses 50 jornais, o aumento de 2003 para 2004 foi de 31,07%, sendo registradas 138.747 notícias. Se incluirmos os quatro jornais que começaram a ser monitorados em 2003, o total de notícias sobe para 115.148. Ao acrescentarmos os seis diários acompanhados a partir de 2004, o número pula para 159.693. É um resultado bastante positivo, se comparado principalmente à evolução verificada entre 2001 e 2002, de apenas 16,62%.

Pesquisa:
Na análise de 2003, o assunto Medidas de Reinserção Social passou a ser computado separadamente de Direitos & Justiça, sendo trabalhados, portanto, 22 temas. Já em 2004, mais dois foram incluídos: Migração & Deslocamento e Sexualidade, contabilizando ao todo 24 temas.

Realização:
ANDI


Apoio:
Unicef
Instituto Telemig Celular
Instituto Ayrton Senna

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Criança e Consumo - Projeto Alana


terça-feira, 18 de outubro de 2011

Cinema, infância e educação

Este trabalho pretende explorar os conceitos de cinema, infância e educação e algumas das suas possíveis relações. Ele consiste numa busca teórica em diálogo com diversos teóricos e cineastas em função de ler as idéias de cinema, infância e educação tomando como eixo a experiência. Na primeira parte apresentamos algumas teorias do cinema e uma breve reflexão acerca do cinema como experiência. Na segunda, exploramos o conceito de infância, seu surgimento e agonia, assim como sua relação com a linguagem onde encontramos a experiência. Na terceira, abordamos a educação desde uma perspectiva prática, seguindo a psicologia russa e pensando na possibilidade da vivencia como unidade de análise da relação entre sujeito e mundo real e imaginário. No final, aproximamos algumas possibilidades da vivencia do cinema em tanto nos introduz no processo de projeção-identificação, aproximando-nos a nossa infância, ao outro e a fazer da educação uma experiência.

Adriana FRESQUET é Professora Adjunta de Psicologia da Educação na Faculdade de Educação na Universidade Federal do Rio de Janeiro onde coordena o projeto de pesquisa/extensão: Cinema para aprender e desaprender.

Contato: adrifres@uol.com.br Este endereço de e-mail está protegido contra SpamBots. Você precisa ter o JavaScript habilitado para vê-lo.

Clique aqui para baixar o artigo Cinema, infância e educação (cinemainfanciaeeducacao.pdf 182 Kb)

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Infância, mídia e consumo

A discussão a respeito das relações da infância, da mídia e

do consumo não pode ser pensada apenas no campo dos

limites da escola, mas nas nossas vidas, na medida em que

habitamos um mundo compartilhado por adultos e crianças. E

lidamos com crianças na escola de maneira diferente daquela

que fazemos em nossas casas. Porém, muitas vezes, enquanto

professores, educamos os filhos de outras famílias e os nossos

próprios. Qual a diferença e quais os valores que orientam

nossas práticas em casa e na escola? Se nossos filhos estão

matriculados na escola em que trabalhamos, como as questões

dos filhos de outras pessoas me afetam particularmente?

Se não concebermos a relação com a criança enquanto uma ética, continuaremos a

separar vida, trabalho, razão, emoção. Pensar uma ética de relação entre adultos e

crianças pressupõe procurar ser integral, evitando a separação dessas esferas. É difícil

separar a vida pessoal da vida escolar, portanto nossa reflexão levará em conta a vida,

que engloba a privada e do trabalho.

De que infância e de que criança falamos? Como as crianças são constituídas em sua

percepção de mundo através do olhar que lançamos a elas? Trata-se de uma questão

importante, porque, muitas vezes, se trabalha com a perspectiva da “infância ideal”. As

imagens da publicidade, por exemplo, passam a imagem de crianças idealizadas, que

pouco tem a ver com a realidade do nosso país. Há, ainda, algumas que projetam o

futuro profissional da criança, eliminando a infância e, certamente, influenciando nossa

prática pedagógica — não raramente, as famílias matriculam seus filhos na educação

infantil já pensando no vestibular.

Nós somos o resultado das mídias que tivemos ao nosso lado enquanto crescíamos,

éramos educados, vivíamos. As pessoas educadas em épocas totalmente distintas do

ponto de vista da tecnologia dos aparelhos eletrônicos que fazem parte de nossas vidas,

como, por exemplo, a televisão a válvula do passado e a equipada com controle remoto

(que permite trocar de canal incessantemente), não podem ser iguais. A criança atual

dispõe de canais 24 horas no ar, muito diferentemente daquela que, nos anos 60, tinha

de esperar pacientemente a televisão esquentar até acender. Estamos imersos numa

aceleração das experiências cotidianas. Se antes os objetos de uma geração eram

estranhos para a geração seguinte (por exemplo, o videocassete), agora verificamos que

aqueles se tornam obsoletos para uma mesma geração.

No que se refere ao consumo, a partir da década de 1980 a propaganda passou a

dirigir suas mensagens diretamente às crianças. Isso decorreu de uma série de temas que

entraram na pauta da sociedade brasileira e que determinam a mudança das relações

entre adultos e crianças: a recuperação do debate sobre os direitos humanos, o

movimento dos trabalhadores por melhores condições de vida e reconhecimento e a luta

das mulheres por condições mais igualitárias. Em 1979, comemorou-se o Ano

Internacional das Crianças, quando começaram a circular, em âmbito internacional, leis

de proteção da infância. Portanto, a criança passou a ocupar lugar de destaque no

cenário nacional e no mercado.

O consumo é uma prática social, econômica e cultural — uma expressão de

identidade. As crianças também sofrem pressões sociais por questões de consumo, além

de seus pais. Muito mais do que a expressão da saciação de uma necessidade, o

consumo passou a ser um ato prazeroso. A propaganda não enfatiza mais a utilidade do

produto anunciado, mas dirige-se a uma determinada imagem de consumidor. O

consumismo é considerado uma doença contemporânea, e, como se sabe, não afeta

apenas os adultos. A economia se movimenta através da produção e, consequentemente,

do consumo, porém há um ponto além do qual este se torna patológico.

Devem-se distinguir os bens materiais e os bens simbólicos. Os bens simbólicos nos

posicionam dentro de um grupo social e têm significado que vai muito além do valor de

um objeto. O valor simbólico não tem a ver com o valor de uso do produto, e sim com o

valor de troca — qual nosso reconhecimento pelo grupo a partir daquilo que possuímos.

Ora, as crianças movimentam muito dinheiro e são percebidas como consumidores

privilegiados. Uma pesquisa realizada em 2007 nos EUA apontou que foram gastos as

seguintes cifras em produtos infantis: US$ 353 milhões em revistas e figurinhas; US$

108 milhões em perfumaria; US$ 5 bilhões em fast-food; US$ 120 milhões em parques;

US$ 200 milhões em cinema; US$ 160 milhões em DVDs infantis; e US$ 60 milhões

em TV por assinatura.

As mídias mais acessadas pelas crianças no Brasil são TV, computador, rádio e

revista. Em 2007, o Ibope apontou uma queda no consumo de TV e 17% a menos de

audiência dos canais a cabo, por conta da popularização dos computadores. As crianças

brasileiras assistem diariamente, em média, de 4 horas a 4 horas e meia de televisão —

ou seja, o mesmo tempo que passam na escola. Seus programas prediletos são desenhos,

novelas e programas de auditório (o programa mais visto pelas crianças é a novela do

horário nobre, do qual são o grupo de expectadores mias fiel). Curiosamente, os

programas classificados como infantis não figuram na lista dos 10 mais assistidos pelas

crianças, o que nos faz refletir a respeito dos produtos culturais e educacionais infantis

que não levam em consideração sua opinião.

Há um paradoxo marcante na relação de adultos e crianças com o consumo,

demonstrado pela oposição entre pertencimento e exclusão. Se, por um lado, possuir

determinado bem cria uma identidade que insere alguém no grupo daqueles que também

o possuem, por outro, formas muito claras de exclusão se verificam com respeito

àqueles que não têm certo produto. Só o mundo do consumo e da publicidade não há

contradição, pois nos prometem toda a felicidade e mostram famílias perfeitas e sempre

alegres. Constrói-se a ideia de uma juventude que começa aos 4 anos de idade e jamais

termina, além de se massificar a cultura da moda com a lógica de que o produto já está

obsoleto ao sair da loja.

Só a educação ética e comprometida poderá dizer que nem tudo é possível. Acredito

que a escola precisa cumprir essa missão de questionamento a respeito daquilo que, de

fato, é necessário. Algumas práticas auxiliariam a discutir tal questão: a compra

compartilhada de materiais escolares, a carona solidária, os lanches coletivos, avaliação

não competitiva, etc. Precisamos encontrar maneiras que permeiem nosso cotidiano na

busca por experiências mais solidárias.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

A Televisão E A Educação Das Crianças

A Televisão é um meio de comunicação de grande importância na sociedade atual, por suas diversas controvérsias, despertam amor e ódio de alguns educadores; resumem alguns que ela aliena e emburrece outros citam que ela promove a violência e o consumo desenfreado. Porem hoje a Televisão é a forma popular de mídia de maior acesso pelas crianças/adultos. Ocupando tempo e espaço cada vez mais centralizados tanto na vida da criança quanto na do adulto, a televisão acaba ocupando um lugar de referência na vida social e contemporânea da sociedade.

Segundo comenta Eugenio Bucci:

“A televisão é muito mais do que um aglomeramento de produtos descartáveis destinados ao entretenimento de massa. No Brasil, ela consiste num sistema complexo que fornece o código pelo qual os brasileiros se reconhecem brasileiros. Ela domina o espaço público (ou a esfera pública) de tal forma, que, sem ela, ou sem a representação que ela propõe do país, torna-se quase impraticável a comunicação – e quase impossível o entendimento nacional. (1997, P. 9-11)